SEDE
2016, photographies numériques, impression jet d’encre, 62x42 cm.
Exposition collective "Le Chemin des Arts", exposé août 2017 au corps de la garde Varennes à Gravelines.
Exposition collective "Le printemps des poètes", exposé mars 2016 à l'espace galerie de l’École Supérieure d’Art du Nord-Pas de Calais / Dunkerque-Tourcoing, site Dunkerque.
Sede signifie soif en portugais. L'assemblage des images de cette série évoque la métaphore inconsciente de l'image latente, onirique ou mentale, telle qu'elle a été établie par le cinéma et la culture visuelle.
Elles sont des instants de distension et de distanciation qui flottent dans l'espace du cliché photo. Elles ne peuvent être figées.
Pour le système visuel, une photographie et un événement réel ont le même statut d'objet. Cette distinction floue place les images dans un non-lieu, entre la fiction et la réalité.
Les images dénoncent et enregistrent leur propre processus de révélation photographique, elles jouent avec la plasticité du médium.
Je m'approprie des images imprimées issues des livres et des magazines, je les rephotographie et les recadre. Les empreintes obtenues par le jeu entre la lumière qui touche la surface et la texture du papier, jouent un rôle important dans la composition photographique.
Je mets en valeur le brut et le passage du temps. Une pulsation de vie et mort, elles sont des traces d'une narration dans un entre deux.
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Sede. A coleta de fotografias desta série remete a uma metáfora inconsciente, a uma imagem latente e onírica , à própria tradição da imagem.
Como uma reprodução mental de uma cena sem enredo conhecido, de uma certa familiaridade sutil. Estas imagens já pertencem ao imaginário coletivo, um efeito colateral de décadas de exploração insustentável da imagem; prolífera e ligeira, a linguagem dos nossos tempos.
São instantes de distensão e distanciamento, flutuando no espaço do quadro e além, sem poderem ser fixados.
Em matéria de cognição, não há grandes diferenças entre uma fotografia e um acontecimento real, ambos apresentam um simples estatuto de objetos. Este fenômeno opaco de distinção, condiciona a imagem à habitar um não-lugar, entre a ficção e a realidade.
Como uma pele velha, os procedimentos aos quais estas fotografias foram submetidas, cicatrizaram a imagem. Elas denunciam e carregam em si os signos do seu próprio processo de revelação.
Jogando e manipulando com a plasticidade da fotografia, eu acredito que no fazer artístico, deve-se dissecar e se embeber do próprio meio no qual é talhado o trabalho ; e potencializar as suas características intrínsecas. Enfim, a fotografia para mim, serve como fim e meio de criação.
Para tanto, nesta série, eu me sirvo de fotografias já impressas, de livros e revistas e me aproprio delas, no ato de as refotografar.
As impressões que são obtidas da interação entre a luz que rebate a superfície do papel e a textura da matéria, são fatores importantes para a composição fotográfica. A própria origem destas imagens é colocada em cena.
As imagens são capturadas em um primeiro instante em filme e ao final, elas são manipuladas digitalmente ; todos os defeitos e marcas desta transição desastrada são assumidos e identificáveis. Nestes instantes flutuantes, o bruto e a passagem do tempo tomam forma. Um pressentimento de uma pulsação de vida e morte, pistas de uma narração sem história.
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Sede means thirst in portuguese. The collection of photographs in this series refers to an unconscious metaphor, to a latent and dreamlike image, to the tradition of image itself.
Like a mental reproduction of a scene without a plot, which have a strange subtle familiarity. These images already belong to the collective imaginary, a collateral effect of decades of unsustainable exploitation of the image; Fruitful and swiftly, the language of our times.
These are instants in constant distension and distancing, floating in the space of the frame and beyond, that cannot be fixed.
In terms of cognition, there are no major differences between a photograph and a real experience, both of them are understood as simple objects. This phenomenon of unclear distinction conditions the image to inhabit a non-place, in between fiction and reality.
Like an old skin, the procedures to which these photographs were subjected, scarred the image. They denounce and carry within themselves the signs of their own process of revelation.
Playing and manipulating with the plasticity of photography itself, I believe that in the artistic making, one must dissect and imbibe oneself in the very medium in which the work is cut out from; and one should enhance their intrinsic characteristics. Anyhow, photography to me, serves as the end and the means of creation.
To that effect, in this series, I serve myself of already printed photographs, founded in books and magazines and I re-photograph them so I can me appropriate for them.
The impressions that are obtained from the interaction between the light that ricochet the surface of the paper and the texture of the matter, are important elements of the composition of the photographs. The very origin of these images is set on the scene.
At first, the images are captured on film and afterwards, they are digitally manipulated; All imperfections and vestiges of this disastrous transition are here stated and recognizable. In these fleeting instants, the raw and the passage of time takes shape. A presentiment of a pulse of life and death, evidences of a narration without history.
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